Confiança e relutância são conceitos geralmente opostos, mas não necessariamente exclusivos. Essa afirmação vale para a percepção dos brasileiros sobre inteligência artificial. Ou seja, o estudo “Trust in Artificial Intelligence”, desenvolvido e publicado pela KPMG, aponta que 84% dos entrevistados no país consideram a inteligência artificial uma ferramenta confiável. No entanto, por outro lado, 19% disseram que relutavam em usar o recurso.
Entre esses dois extremos, o núcleo da amostra é de 56% de brasileiros. Ou seja, essa população diz que está disposta a confiar na IA. Ou seja, significa que, em algum momento, depois de experimentar novas tecnologias, eles terão que aderir ao lado da confiança total ou ao lado da relutância.
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Novo cenário
Nesse cenário diverso, a relação brasileira inclui indícios de otimismo, medo ou apreensão. Ainda assim, o quadro geral sugere que os brasileiros têm expectativas boas ou moderadas em relação aos benefícios da IA. Enquanto 93% dos entrevistados veem com bons olhos o avanço da tecnologia, apenas 49% expressam medo e 47% relatam alguma preocupação.
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Investigando mais profundamente a natureza das preocupações, o estudo destaca as causas profundas da relutância pública. Ou seja, 66% dos brasileiros se preocupam com questões de segurança cibernética – afinal, é consenso que a IA trará avanços tanto em aspectos positivos quanto negativos. Ou seja, nesse sentido, também se encaixa com os 63% que relatam preocupações sobre a manipulação ou uso malicioso de IA. Por fim, 57% dos entrevistados disseram estar preocupados com possíveis perdas de empregos devido à automação.
Para Ricardo Santana, sócio sênior de data analytics da KPMG no Brasil, o bom nível de confiança dos brasileiros no uso da inteligência artificial está relacionado à rápida implementação da tecnologia. Ou seja, já se tornou onipresente no dia a dia e no trabalho, melhorando as previsões e otimizando produtos e serviços. Por outro lado, Santana aponta que os brasileiros não estão cegos para os riscos da IA, e a preocupação pode ser explicada pela sensação de que o impacto social da ferramenta ainda é incerto.